O câncer colorretal é uma doença que se desenvolve no cólon e no reto. Alguns tumores podem iniciar a partir de lesões benignas que crescem na parede interna do intestino grosso, chamadas pólipos. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, esse tipo de câncer é a 3ª causa mais frequente de óbitos por doenças malignas no Brasil.
A maneira mais eficaz de se prevenir a doença é a detecção e remoção dos pólios antes de se tornarem malignos. Em casos mais graves, em que a cirurgia é necessária, a remoção do reto e do canal anal é uma opção de tratamento que tem mostrado uma alta taxa de sobrevida. Esse processo é chamado de excisão abdominoperineal do reto.
Esse procedimento fechará o ânus completamente e é necessário fazer uma colostomia, para que o paciente passe a eliminar as fezes por esse canal. Para se adaptar, o paciente e os familiares devem discutir com o médico e enfermeiros especializados como viver com uma colostomia.
A preparação para a cirurgia requer alguns cuidados. A dieta deve ser leve, com poucas fibras. Os alimentos mais indicados são: peixe, frango, arroz e purê de batata. Deve-se evitar legumes, frutas, cereais e pães integrais. Isso acontece porque o intestino precisa estar vazio para a realização da cirurgia e, por isso, podem ser indicados laxantes ou lavagens intestinais. Outro cuidado importante é manter a hidratação, pois a dieta e os remédios podem levar à perda de líquidos.
Como é o pós-operatório?
Existe algum desconforto no pós-operatório e sentar pode ser difícil no início da recuperação. Em geral, o paciente fica internado entre 7 a 10 dias após a operação. Dentro de dois a cinco dias o médico já poderá ouvir sons no intestino e isso é um bom sinal da recuperação. A partir desse momento, o paciente começa a ingerir líquidos e o próximo passo é iniciar uma alimentação muito leve.
A fisioterapia é importante na recuperação do paciente, pois os movimentos ficam temporariamente limitados e até a respiração pode ser incômoda. Ainda nos dias após a cirurgia, pode-se notar um pouco de dor de garganta ou rouquidão, que são causadas pelo tubo utilizado para auxiliar na respiração durante a cirurgia.
Os pontos geralmente são retirados depois de aproximadamente 10 dias. Antes disso, o paciente pode sentir-se muito cansado e recomenda-se que somente familiares e amigos próximos visitem-no e que as visitas sejam breves.
Retomando a rotina
O tempo necessário para voltar às atividades normais varia muito de pessoa para pessoa. A dica é observar o próprio corpo e respeitar os limites que ele mesmo impõe. O trabalho pode ser retomado em aproximadamente dois meses, mas aspectos como a natureza da atividade laboral e o ritmo da recuperação serão analisados pelo médico que está acompanhando o caso.
A alimentação merece atenção novamente. No início, a falta de apetite e enjoos são sintomas comuns. As porções de comida devem ser pequenas e frequentes. Alimentos com pouca fibra e de fácil digestão são melhores no início. Comida picante e muita salada ou fruta podem fazer mal. É muito importante manter os níveis de energia, ingerindo calorias, e beber pelo menos seis a oito copos de líquido por dia. É comum perder um pouco de peso.
O funcionamento do intestino vai se normalizar com o tempo e a recuperação da cirurgia. No início, o paciente apresentará episódios frequentes e imprevisíveis. Em algumas semanas, a nova abertura para eliminação das fezes desenvolve um padrão de ação, adaptando o paciente.
Apenas o médico pode fazer um diagnóstico e analisar os diversos sintomas que podem aparecer durante o pós-operatório. As informações contidas no Blog Sempre Bem do Hospital viValle são informativas e não substituem consultas e opiniões médicas.